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Os cincos processadores da Cochlear, acessórios de Easy Ear, SmartLink SX, Mini Mic 2+ e as duas cap

  • Foto do escritor: Larissa Schmitz
    Larissa Schmitz
  • 2 de ago. de 2020
  • 5 min de leitura

Bom, vou lhes mostrar os detalhes de cinco Implantes Cocleares diferentes, os aparelhos que usei desde que me tornei usuária de Implante Coclear. Informo-lhes quais foram os pontos positivos e negativos. Quanto aos acessórios FM e wireless, comecei a usá-los apenas a partir da 2ª série ou 2º ano do ensino fundamental.




1. Anos 90: Spectra 22 – fabricado em 1994:


No dia 10 de maio de 1996, aos meus 4 anos de idade, fiz a minha primeira cirurgia de IC. Eu sequer sabia o que era Implante Coclear. Recebi os procedimentos, o meu primeiro processador de fala, Spectra 22, o modelo dele era similar a um rádio. Ele ficava preso externamente em mim em formato de uma caixa retangular com alças, na altura do abdômen. Infelizmente, muitos confundiam meu processador com um “rádio”, afinal, nos anos 90 as pessoas desconheciam o Implante Coclear, pois sua existência não era muito divulgada. Então, ao ativar meu IC, demorei a aceitar o uso do processador arramado em mim. Tive uma péssima experiência durante o uso dele, odiei a caixinha do processador. Eu lembro perfeitamente do primeiro dia de ativação de Spectra 22: a fonoaudióloga ativou o primeiro mapeamento, e a minha reação foi: fiquei olhando, aquilo parecia assustador, e então ouvi a voz de minha mãe “Oi, Larissa” e virei para trás, e os meus pais se emocionaram. Levou algumas semanas para eu acostumar com o uso do novo "adereço".

Após uma semana da ativação, eu recordo bem: eu e meus pais no aeroporto de Congonhas, aguardando nosso voo direto para Porto Alegre. Aconteceu uma cena engraçada: eu estava apertada, precisei ir ao banheiro e minha mãe me incentivou a ir sozinha. Mas ao entrar no banheiro feminino, tranquei a porta. Alguns minutos depois eu não conseguia abrir, não sabia falar ou gritar “socorro”, e por fim consegui invadir a divisão do banheiro seguinte por baixo da divisória, onde uma senhora estava entrando. Morri de vergonha, saí rapidinho e contei para minha mãe. Achei engraçado.

Nessa época, eu era pré-lingual, não escutava ou falava palavras e frases, porque a ativação do Implante Coclear era ainda muito recente, só recordo poucas coisas de antes da perda da audição.

Mais tarde, houve uma vez em que, quando eu tinha 7 anos de idade, após o término do recreio no colégio, estava segurando um copinho de Coca-Cola (era minha paixão) junto ao corpo com segurança, e cuidei direito, mas acabei de derrubando a caixinha. O que deu? Ouvia sons chiados, e depois de alguns minutos: parou de funcionar. Confesso que estava com muita vergonha de avisar a professora, e só relatei o que havia acontecido após chegar em casa, aos meus pais. Meu pai tentou secar a caixinha do processador com um ventilador, e levou uns 3 dias para secá-lo completamente. Felizmente, voltou a funcionar. Mas claro que houve uma segunda vez. Então, minha mãe teve a ideia de embrulhar o processador de fala em filme de PVC e não molhou mais, ficou aprovadíssimo: 100%. Dei graças ao ventilador e ao filme de PVC, meu Spectra 22 foi salvo!




Eu julgava que, na minha infância, "aprontava horrores": aos meus 7 anos de idade, acordei cedo e feliz, visitei minha coelha que havia dado cria na época, peguei um dos filhotes e aconcheguei-o comigo na cama. Sem perceber, o coelhinho roeu o fio do processador. Fiquei apavorada, até que lembrei que haviam fios reserva na caixa de acessórios, e troquei sem que minha mãe percebesse.

Já aos meus 8 anos de idade, entrei no pátio da minha vizinha, o seu cachorro veio me receber muito alegremente e na nossa brincadeira ele acabou puxando o fio e mascando uma das antenas do aparelho. O que surpreendeu nessa história, é que mesmo desfigurada e babada, a antena ainda FUNCIONAVA. Ainda bem! Rsrsrs




Bom, vou falar os detalhes dos sons do processador:


Então, vou ser sincera, minha experiência realmente não foi boa. Os sons eram de péssima qualidade, mas é porque não eram sons naturais. Por outro lado, mesmo os sons sendo distorcidos, aprendi MUITA coisa com eles, fazia reabilitação com fonoaudiólogas TRÊS vezes por semana (tanto em rede pública, quanto particular), portanto, tirei o máximo de proveito da experiência. Realmente lembro de nunca ter conseguido escutar os sons dos passarinhos pela janela fechada, nem as conversas das pessoas em outro cômodo. A distância do microfone do processador é curta, e era apenas um. Eu conseguia escutar quando gritavam pelo meu nome, tanto em lugares fechados quanto abertos, mas aí é diferente, os sons agudos eram altíssimos.


Pontos positivos e pontos negativos de Spectra 22:


Pontos positivos:


- O peso do microfone do processador era LEVÍSSIMO, nunca machucou minha orelha durante os 8 anos que fui usuária, o peso do caixinha do processador também era consideravelmente leve;

- A durabilidade da pilha AAA recarregável: uma vez por dia. A pilha AAA era importada, mas devo salientar que já usei outras marcas de AAA que duravam menos. É a mesma coisa da marca de OnePower para IC’s. Não tinha bateria recarregável. O kit vem junto do Spectra 22: carregador e duas pilhas importadas;


Positivos negativos:


- Não tinha desumidificador elétrico, usava uma caixinha com bolinhas sílicas por cima da espuma;

- O modelo de processador de Spectra 22 era proibido de ficar perto de micro-ondas, computadores (aquele antigo modelo dos anos 90) e detectores de metais das lojas – confesso que após passar em uma loja de vestuário bem rapidinho, os sons já começaram a ficar chiados.

- Na pochete na cintura, cabia a pilha AAA, o que descartava a necessidade de ter de carregar uma bolsa apenas para isso. Por outro lado, o adereço com alças não cabia na frente, mas era péssimo ser localizado nas costas, pois demorava para retirar e trocar a pilha. Sem falar no quanto machucava sentar em cadeiras com encosto;

- Como o processador era externo e preso ao abdômen, ficava muito vulnerável. Eu colocava o fio sempre atrás da roupa, tanto para ser mais discreto, quanto para protegê-lo, afinal, o fio pode enganchar em algo e ser arrancado. Sua antena também pode ser facilmente quebrada ou destruída;



Os modelos de capinhas com bolsos da pochete com Spectra 22


Eu sempre amei usar estilos coloridos de capinhas com bolsos, a ideia foi da minha mãe, que fez 6 modelos de capinhas. <3 Também cabe uma pilha no interior deles. Recebi dois modelos diferentes da Cochlear, que vieram no kit do Spectra 22: Usei o adereço no peito dos 4 anos aos 9 anos de idade, e então passei a usar pochete na cintura até meus 12 anos.



Próximo post: segundo modelo do processador de fala: ESPrit 3G.

 
 
 

As opiniões e colocações expressas nesse blog são exclusivamente minhas e não refletem necessariamente as opiniões da Cochlear™.

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